sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Personagens trágicos.

Amigos, o futebol não é apenas futebol. É poesia... Cântico de louvor aos deuses. Sim, torcer para um time não é tão-só gritar, pular, vibrar, xingar a mãe do árbitro, protestar contra a incompetência dos atletas na execução das jogadas. Torcer por um clube beira à mais sacrossanta paixão possível de alimentar no peito. Dir-se-ia amor de poeta por sua musa, por quem sofre de amor. O torcedor tem em sua alma pendores à tragédia, pois a forma como ama seu clube tem esta predisposição. Como se cada um de nós, torcedores, escondesse dentro de si um Sófocles, um Eurípedes, um Shakespeare, enfim, e, de repente, dependendo do lance, escrevesse mentalmente um capítulo de sua grande e íntima tragédia. Entretanto, não só de tragédia o torcedor vive... Dedica-se também à tragicomédia, à qual "escreve" com desembaraço, tendo como personagens principais os mesmos utilizados em suas tragédias. Assim, uma partida de futebol pode ser, no mesmo instante, tragédia ou tragicomédia, lançando-o ao céu ao inferno em segundos. O torcedor, portanto, é um ser à parte, figura de pantomima que se alegra, sofre, chora e ri às gargalhadas. É isso que eu espero de mim na temporada que se vai iniciar em março... É isso que eu espero de todos os áureo-cerúleos em 2008... Que sejamos, sim, personagens trágicos! Apaixonadamente tragicômicos. Portanto, o palco vazio de hoje, entregue às lembranças do recente fracasso, logo se povoará de torcedores ululantes, felizes, deixando fluir através dos corações todo amor, toda paixão por seu clube, que este ano faz 100 anos.
Manoel Soares Magalhães.

Os guerreiros estão de volta!

Eles estão de volta à Boca do Lobo. Cássio, o Muralha! Rudi, o Maragato! Rodrigo Gasolina, o Bárbaro! Três homens... Três atletas... Três legendas do futebol gaúcho, que tem escrito com bravura, honestidade e muito suor suas respectivas histórias. Tê-los outra vez nas fileiras do Lobão é uma sorte. Ano passado, os três atletas escreveram páginas memoráveis, enchendo os olhos dos torcedores de mel. Quem de nós não vibrou com as defesas de Cássio, "fechando" o gol em mais de uma oportunidade? Quem de nós fechou os olhos à vitalidade de Rudi, que chutava inclusive a bola, fazendo cara feia aos atacantes adversários, ares de xerifão? Quem de nós não há de reconhecer o esforço de Gasolina, ainda que mal escalado por Agnaldo Liz, desempenhando funções desesperadas e suicidas dentro do campo, no esforço sobre-humano de ajudar seus companheiros na sangrenta batalha da Segunda Divisão gaúcha? Penso que ninguém poderá negar isso, ainda que não reconheça o bom futebol de um ou outro. O fato é que os três atletas demonstraram força, vontade e superação dentro de campo. Espero que este ano eles estejam mais que nunca iluminados pelo espírito guerreiro, dispostos a levar o Pelotas ao patamar que merece estar e, também, graças a isso, escrevam a mais bela página possível de escrever, entrando definitivamente para a história do Clube e para a história do futebol pelotense.
Manoel Soares Magalhães.

Que os anjos digam Amém.

Hoje, amigos, o Pelotas reinicia sua caminhada na segundona, visando, no ano do seu centenário de fundação, voltar à elite do futebol gaúcho. Por essa razão, todos os áureo-cerúleios estão convocados a cerrar fileiras e se unirem por esta causa... A causa do nosso glorioso Lobão! Temos de arrancar os paramentos de "macacas de auditório", enfiados no guarda-roupas, e retornar ao estádio com o mesmo entusiasmo do ano passado, quando vimos o time azul e ouro, que tinha tudo para dar certo, sumir pelo ralo. Mas não é hora para nisso se falar. É momento, sim, para olharmos à frente e apostarmos no empenho da direção em fazer do Lobão um time competitivo, brioso, levando-o às vitórias que, conjugadas, permitirão que se comemore os cem anos de existência entre os grandes times do Estado, lugar de onde jamais deveria ter saído. Portanto, união é a palavra-chave agora neste momento, apostando na competência dos comandados do técnico Rógerio Zimmermann, que hoje oficialmente começa seu trabalho na Boca do Lobo, profissional que conhece os caminhos e descaminhos da segundona. Aliás, a contratação de Zimmermann mostra que os "homens" do Pelotas estão no caminho certo, esquecendo-se dos atropelos e malogros da campanha passada e, obviamente, do fracassado casamento com a AGS. Portanto, amigos, hoje, dia 21 de janeiro, o Lobão "entra" em campo para dar início à guerra da segundona. Com espírito de luta, bravura e, sobretudo, muito suor, conseguirá atingir seu objetivo. Que todos os anjos digam amem!
Zimmermann, conhecedor dos caminhos e descaminhos da segundona gaúcha.


Manoel Soares Magalhães.

Abandonando o navio.

Pois é, a AGS pulou fora. O Lobão recebeu correspondência dando conta da novidade. Não me surpreende tal decisão, pois os fatos, no decorrer dos últimos dias, anunciava este desfecho. Agora é tudo com o Esporte Clube Pelotas, aliás, como sempre fora até anunciar-se a malfadada parceria. O negócio, senhores, é passar o rodo e pensar, rapidamente, no ano que vem, quando o áureo-cerúleo comemora seu centenário. Não fico triste, não, com o desfecho do "casamento" AGS/Esporte Clube Pelotas. Afinal, um time que comemora sem anos, sem jamais haver fechados suas portas, tem competência de sobra para administrar a casa, augurando-lhe melhor sorte. Tenho certeza de que os homens do Lobão, agora, terão paciência e sensibilidade para acertar as coisas e, assim, pensar no Departamento de Futebol, pois é no campo que as coisas se acertam. Ou alguém duvida de que se o Pelotas estivesse na elite do futebol a história não seria outra? Eu não duvido. Mas, bola pra frente. Nada de sentimento de viúvez... A AGS que vá cuidar dos seus interesses, e o Lobão que administre os seus. Nada de firmar acordos que prejudiquem o Clube. Isso não pode acontecer jamais. Portanto, serenidade nesta hora.
Manoel Soares Magalhães.

Há algo de podre no reino da Dinamarca.

Sei não, mas a relação AGS/Esporte Clube Pelotas parece a de marido e mulher, com fartura de recíprocas acusações. Entretanto, ainda que desconheça a realidade dos bastidores, penso que a empresa paulista esta querendo "melar" a parceria. Por exemplo, amanhã tem reunião da Boca do Lobo os "bandeirantes" ainda não anunciaram presença. Querem o quê? Que o Lobão alugue um jatinho e os traga a Pelotas? Ora, ora... Que bonequice é essa, senhores! Quem esses caras pensam que são, afinal?! Só porque estão baseados em São Paulo - e nós, geograficamente, no cú do mundo - não significa que temos de render-lhes vassalagem. Essa não?! Que diabo de parceria é essa, então?! Por que esses caras não vêm a Pelotas, não sentam com o pessoal do Lobão e resolvem de uma vez por todas este impasse? Já estamos em dezembro e nada. O futebol tá parado... E ano que vem é o centenário do Clube... O Esporte Clube Pelotas esta certo, sim, na posição tomada. Vai reunir-se outra vez, independente da presença das "bonecas" paulistas... Tem acertos a fazer, ora bolas! Não pode ficar dependendo do destempero de "primas-dona", que só vêem os próprios interessses. Onde foi parar o cavalheirsmo de Sérgio Sampaio? Dos outros não falam, porque, desde o início, me pareceram uns caras egocêntricos e metidos a besta. Acho que Sampaio, para preservar a imagem que aqui deixou, deveria estar presente à reunião, e tentar apagar o fogo que seus amiguinhos atearam. É o que penso... Se estiver errado, que o tempo me puna convenientemente. É isso ai, senhores... Paciência tem limites!
Manoel Soares Magalhães.

O berro da arquibancada.

Senhores, neste delicado momento da vida do Esporte Clube Pelotas, temos que ouvir o grito, o ronco, o espasmo que brota da arquibandada, exigindo seriedade, às vésperas de seu centenário. Penso que, além dos interesses pessoais de a ou b, tem de prevalecer o interesse do Esporte Clube Pelotas, que, hoje, navega tumultuadas águas, provocadas por interesses que, certamente, passaram ao largo do destino que um clube da grandeza do Lobão merece. Por isso a voz do torcedor tem de ser ouvida, sim. A força de um time vai além da "cartolagem", que tem em suas mãos a responsabilidade de gerir os interesses do clube. Quando muito, esta "plêiade" de dirigentes delibera focado no próprio umbigo, fazendo pouco caso do torcedor, que, ano a ano, sofre na pele as asperezas de sua condição de "apaixonado", sufocado na trincheira da arquibancada, sem condições de fazer mais pela vida do clube. Falo em causa própria! Sou torcedor de arquibancada. Faça sol ou faça chuva. Canto nas vitórias do Clube e choro lágrimas de funeral em suas derrotas. Mas, fazer o quê além disso, uma vez que o destino do Clube é decidido nos bastidores, longe do torcedor? Evidentemente que a função de uma diretoria é dirigir, pois foi eleita para isso. Entretanto, penso que os dirigentes deveriam se preocupar mais com a voz da arquibancada. Não no protesto leviano, sem base. Mas o protesto de um "ouvidor" da arquibancada, legitimamente eleito pelo torcedor, que, nas reuniões do clube, daria conta dos anseios da massa, cuja aspiração maior é ver o time do coração chegar ao Everest. Senhores, chega de brincadeira. O Esporte Clube Pelotas, ano que vem, faz 100 anos. Cem Anos! Todos nós, torcedores, dirigentes, amigos e simpatizantes do Lobão, temos que estar mais que nunca unidos para mudarmos a rota da nau, levando-a a mares mais serenos. Com nossa força, nossa união (prescindindo de interesses mesquinhos), o áureo- cerúelo vai ao encontro do seu destino vitorioso. Que assim seja!!!!!!!
Manoel Soares Magalhães.